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Temáticas

Pesquisadores e professores de diferentes instituições do Brasil (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME, Universidade Federal do Ceará - UFC, Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira - UNILAB, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Universidade de São Paulo - USP, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, Universidade Federal do ABC - UFABC, Universidade de Brasília - UnB, Colégio Pedro II e ComSenso), da Argentina (Universidad Nacional de la Patagonia San Juan Bosco - UNPSJB, Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria - INTA), do Chile (Universidad Catolica de Temuco - UCT), da Itália (Instituto Politecnico di Milano - POLIMI) e da França (Gestion de l’Eau, Acteurs, Usages - G'EAU, The French Agricultural Research Centre for International Development - CIRAD, Institut de recherche pour le développement - IRD, Institut national de la recherche agronomique  - INRAe, Université de Montpellier)reconhecidas por pesquisas com água, partilharão suas experiências em formatos de aprendizagem originais, focados em quatro temáticas principais: 

Seca
Lama rachada

1. Modelos de governança da água em contextos de incertezas climáticas e sociopolíticas

Confrontadas com a escassez de recursos hídricos, agravadas ainda mais pelas mudanças climáticas, as sociedades desenvolveram modelos de governação, ou seja, acordos entre os atores interessados para compartilhar esse recurso essencial. Os mecanismos institucionais de governança são diversos e em evolução, sendo constantemente desafiados seja pelas alterações climáticas, trajetórias econômicas, mudanças políticas, bem como pelas estratégias dos atores sociais e os processos de legitimação das regras. Este tema será trabalhado através de cursos temáticos globais, que nos permitirão compreender os fatores de origem e os desafios atuais, através de estudos de caso de vários países que enfrentam escassez de água, na América do Sul, na Europa ou no Magreb. Poderemos, assim, conhecer modelos de governança muito contrastantes e discutir as vantagens e os limites de cada um, bem como as aprendizagens que esta perspectiva cruzada nos permitirá retirar.

2. Abordagens territoriais da água e dos conflitos relacionados 

Numa perspectiva próxima da Ecologia Política, essa temática tem interesse nas consequências dos modelos de governança, em termos de justiça social e dos mecanismos de redistribuição socioterritorial da água. Além da escassez de origem climática e hidrológica, existe também uma construção e redistribuição social da escassez, resultado de ideologias econômicas e políticas dominantes e de uma apropriação do recurso para os atores mais poderosos. Inserir a dimensão territorial da água significa entender como as estratégias individuais e coletivas interagiram (de maneira competitiva ou colaborativa) em busca do acesso ao recurso, de resiliência hídrica e de um desenvolvimento econômico inclusivo. Compreender, também, como algumas infraestruturas e regras de governança favorecem alguns atores sociais em detrimento de outros. O conceito de poder e das desigualdades sociais relacionadas coma a água são cruciais, nessa perspectiva, e se declinam através de várias dimensões: conhecimentos, infraestruturas, recursos e processos políticos.

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3. Práticas e tecnologias sociais para o "cuidado com a água"

Além da questão da governança e dos mecanismos de regulação de práticas e das arbitragens entre atores, há também a questão do “cuidado com a água”. Quais são as práticas e as estratégias que os atores, que ocupam posições mais ou menos centrais, nos sistemas de governança, implementam para cuidar da quantidade e qualidade dos recursos hídricos? Como eles geram situações de incerteza, com a falta de controle ou com um controle limitado, para garantir a resiliência hidráulica para diferentes tipos de usos, sejam domésticos ou econômicos. Qual é a eficiência dessas práticas e como a pesquisa contribuir em sua eficácia? Como a dimensão territorial interfere com essas práticas? O “cuidado com a água” envolve também uma dimensão social e ética muito importante, que incluem as práticas colaborativas para compartilhar a água e garantir um acesso justo para todos em função das demandas específicas do território e das famílias. Enfim, a reflexão sobre o “cuidado com a água” envolve também uma reflexão sobre as práticas de pesquisa e a necessidade de “dar voz” aos atores marginalizados e invisibilizados na governança, como por exemplo as mulheres, os jovens ou os pequenos agricultores.

4. Interdisciplinaridade e participação – sobre o papel dos saberes na gestão da água?

Nessa temática, que é de fato uma temática transversal, nós destacamos a diversidade dos conhecimentos relacionados com a água e a necessidade de torná-los práticas de pesquisa interdisciplinares e inclusivas (ou participativas). As relações entre produção de saberes e governança da água são complexas, mas muitas vezes com visões binárias. De um lado, constam as medidas técnicas e os indicadores quantitativos usados massivamente na gestão para orientar e justificar a tomada de decisões. Enquanto do outro lado, estão as ideologias dominantes que selecionam quais são os conhecimentos e os indicadores relevantes, com isso, se marginaliza outros saberes, métricas e epistemologias. Serão discutidos, então, como diferentes tipos de conhecimento (científico, técnico ou local) sobre a quantidade e a qualidade da água estão mobilizados (ou excluídos) nas decisões de gestão; as interações entre esses vários tipos de saberes; e a dimensão sociopolítica dos saberes, que podem ser mobilizados nos sistemas de governança. A interdisciplinaridade é destacada com uma prática de conhecimento que permite ampliar o campo das representações sobre a água e as possibilidades de gestão. Nessa perspectiva, a interdisciplinaridade aparece também com um desafio de democratização da governança da água. As posturas de pesquisa, particularmente dos pesquisadores envolvidos em projetos de pesquisa-ação (ou transdisciplinares), um outro ponto crítico, que serão discutidas durante a Escola de Verão, a partir de abordagens teóricas e aplicadas.

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Essas temáticas serão trabalhadas de maneira teórica, por meio de estudos de casos e exercícios aplicados (jogos sérios, cartografia social etc.) e de forma posterior, na atividade de campo.

Escolha uma dessas temáticas, onde melhor encaixe o seu trabalho de pesquisa, faça a sua inscrição e venha participar!

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